quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Teatro ritualistico

Olá pessoal...
Hoje comentarei sobre um exercício interessantissimo que desenvolvemos. Um ritual. Deixo aqui as impressões que tive de maneira compacta pela minha falta de abilidade com as letras. Isto que abaixo é como um flash foi um exercício desenvolvido por cerca de uma hora.

Apagaram-se as luzes do palco, aprendeu-se um ritmo de dança, dançava-se no compasso da mais primitiva expressão humana por nós conhecida. Em pouco tempo o ritmo de todos era um só. Já era hora d'soltarmo-nos por todo o palco no pulso da dança primitiva. E eram índios por todos os lados, com os braços soltos, os olhos a rodar, as pernas a criarem raízes que arrastavam torrões de terra por onde passavam. E veio o suor escorrer pelos corpos que agilmente se cruzavam sem choque. Os corpos todos envolvidos numa nuvem de calor a qual nos fazia escorregar pelo ar de todos aqueles sentimentos acumulados desde muito. Uma orgia energética onde a única regra era manter o pulso. ta ta TUM! ta ta TUM!... E fecharam-se os olhos... ta ta TUM! ta ta TUM!... e baixou-se o pulso ta ta tum... ta ta tum... já não existiam seres humanos naquele palco. Já não existia palco! Eram apenas reflexos sensoriais sentidos por cada corpo da maneira a qual identificam-se e aprenderam a identificar com as energias próprias e alheias. Abrem-se os olhos e o caldeirão volta a rodar. Braços ao ar, olhos a rodar, pernas a arrancar torrões de terra do chão. E agitam-se as cordas vocais em berros grutuais. E o corpo todo berra, e o transe aumenta, é quase sexo! é quase Deus! é quase um corpo de mulher doce, quente, com aquele gostoso toque suave e húmido que nos encaixa feito chave e fechadura. Sentem-se os odores, e são cheiros fortes, os corpos a faiscar de vida. E finda-se o exercício. Os rostos já não são os mesmos.
Os sinais pscicologicos e físicos do dia-a-dia já não se escondem por detrás de nenhuma mascara.

5 comentários:

  1. Que maluco, hein!! Eu lendo consegui me imaginar dentro dessa dança... um texto cheio de sensações! Se eu bem me lembro, essa é a dança do vento que a Mariza ensinou, e realmente... em pouco tempo você se sente parte de um ritual em que só existem corpos, e seus pés e pernas se movem sozinhos, não tem como parar a não ser que o Xamã dê o comando para cerrar o transe.

    Que legal que você viu essa experiência sobre o ponto de vista do ritual. O Grotowisky afirma que "a essência do teatro seja capaz de satisfazer certos excessos da imaginação e da inquietude desfrutados nos ritos religiosos". Seria a "função laicizante" do teatro". Mas depois falo mais disso!

    abraços

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  2. Uaaauuu!!Adorei a descrição poética da nossa aventura ritualística!A parte boa de fazer teatro é que a gente consegue viver essas sensações "plenas"!Beijos, Mariza

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  3. Ter uma experiência como essa foi muito bom, descobri que o som da musica produzido pelo ritual fez com que meu corpo se concentrasse no compasso, através disso consegui perceber outra sensibilidade e superar a dificuldade que eu tenho com relação a coordenação motora.
    Uma energia ia nascendo dentro de mim como se eu estivesse ligado com o centro da Terra, o corpo suava uma alegria de se sentir vivo e queria cada vez mais intensificar essa energia, a dança coletiva celebrava a vida a meu ver, o que me deixava mais feliz ainda, tomado por esse sentimento romântico “que é viver”.

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  4. Não se esqueça de se identificar! Estamos interessados em saber quem é você, rsss

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  5. Sem duvida foi um atrabalho de entrega e sensaçoes, dançar ja nos liberta desse mundo e nos transporta pra uma outra dimenssão..

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